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Entrada do principal prédio do Cavilam |
O Cavilam é uma experiência necessária para quem vem morar/estudar na França/aprender francês, eu diria. Por isso tanta gente vem dos mais diferentes cantos. Sair de sua família e cair noutra que ta super bem preparada pra te receber, uma cidade toda que esta assim, famílias de uma pessoa so, de uma pessoa com um gato, gente rica, gente classe nem tao rica. Gente que recebe uma pessoa, gente que divide a casa toda em quartos pra receber varios estudantes no verão (mas sempre cumprindo exigências básicas - objetos que o quarto deve ter, certa variedade na alimentação, se mora longe do centro tem que ir buscar e deixar de carro...). Gente jovem e casais de velhinhos, como foi meu caso. É muito legal parar sua vida e se jogar em algo tao diferente assim.
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Esquina do Cavilam |
No inicio foi muito cansativo, o cérebro acelera/desacelera. Eram comuns as reclamaçoes de cansaço nos primeiros 20 dias, claro pela diferença de fuso, mas principalmente pelo esforço que era ter 6 horas de aula por dia, sem contar o café da manha com a família e o jantar, que cumpria todo um protocolo (a gente ja sabia as perguntas da familia de cor e as vezes era meio "puts, so queria ficar no quarto e dormir") dormíamos 10 da noite, mooortos, rs.
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Biblioteca e Mediateca Valéry Larbaud, cheia de quadrinhos legais :) |
Cheguei no meio da semana anterior ao meu teste de nível, a primeira família achava isso engraçado e eu também, sempre riamos muito disso. Mas nisso, eu ia de boa conhecer a cidade, ficava la observando as pessoas, tentando reconhecer os estereótipos e descobrir coisas novas também.
Os horarios eram esses:
- SEG - 14h30 às 16h00 (toda segunda de manha tinha o provao que distribui a galera por níveis)
- TER a SEX - 08h45 às 12h00 (aula de francês - na semana tínhamos muita gramática e conversação, geralmente na sexta algo mais leve, uma musica, um video, algum trabalho na internet...)
- TER a SEX - 14h00 às 15h30 (ateliers, a gente podia escolher entre - gramática, expressão oral, exp. escrita, civilização, estudos universitários)
- Os finais de semana e as noites eram reservados para atividades extras, que eram varias: cineclube, degustação, esporte - aqui eu me apaixonei pelo badminton, um esporte mistura de tênis com peteca que eu nao tô praticando na universidade porque fica muito longe o local dos treinos, passeios ao estilo aventura, outros mais estilo castelo, todos sempre com uma galerinha jovem que eles contratam como guias.
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vista da sala de aula 1 |
Passei por quatro professoras, porque ficava pulando de nivel, nisso achei eles meio assim... às vezes, muitas vezes, nao me sentia no nível certo... nao era achar que sabia de mais ou de menos, mas se achasse o nível certo a coisa fluiria melhor. Podíamos pedir pra mudar de nível se achássemos fácil ou difícil demais, mas eu nao sei... nao sei se acho correto que isso fosse uma percepção somente do aluno... as tentativas de nivelamento das turmas eram meio chatas, às vezes, esperar ou se perder, sabe?
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vista da sala de aula 2 |
Cada sala tinha no máximo 15 alunos, entao eles inevitavelmente sabiam seu nome, isso era bom. Aprendi muita coisa de didática observando as professoras de la, que eu nao sou besta. :p Algumas aulas eram muito legais, o tempo passava voando. A professora mais legal que eu tive me inspirou, uma mulher madura, mas super descontraída, estilo aventureira, às vezes falava um monte de besteira pra fazer rir e fazia.
Sobre RU: sempre falo de comida, mas a do Cavilam é péssima. Foi um trauma. O cara que servia nao era nada simpático, o que nao favorecia em nada a ida de quem ja tava com pouco apetite. Entao eu e mais dois amigos fazíamos assim: almoçávamos sanduíche na rua, rsrsrs. A gente so fazia isso pq o jantar era muito farto e saudável, entao dava pra comer mais ou menos no almoço e esperar a noite pra compensar se alimentando bem porque faz um medo danado ficar doente em terra estrangeira.
As degustações da região e as internacionais foram lindas, as melhores comidas: Espanha e Peru, um prato muito bom de frango preparado pela quase brasileira Sheyla. Fora que cada brasileiro voou no brigadeiro que lhe cabia, porque a saudade é grande... a gente faz, mas nao fica 100%, rs.
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nosso querido brigadeiro era um dos mais disputados, claro :p |
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Salada Grega preparada por gregos, rs |
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Dégustation International |
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Os super chefes franceses lindos encarregados dos crepes, rs |
Os esportes foram muito legais pra socializar também, tinha badminton, futebol, basquete, aïkido e aviron.
As amizades sao algo incrível que o curso proporciona, minha sala organizou meu aniversario com bolo e tudo. Fizemos um picnic, foi lindo. Fora as soirées, os filmes, as conversas, tudo era interessante porque cada um vinha com seu mundo e cultura e o tempo era curto e talvez a gente nunca mais se veja, ou se veja... o tempo foi bem aproveitado.
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Picnic de niveer! :) dia 26 de agosto, meu niver e da Aïda, mexicana |
Esse é o primeiro video que posto aqui, foi uma brincadeira que fiz com a Luiza, estudante de Biologia de Minas, super inteligente e gente boa que caiu na mesma turma que eu, Paulo, Rodrigo, Erik e Joao, o que nos aproximou no inicio. Foi nossa primeira excursão:
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Pariou |
Concluindo o texto e a experiência, posso dizer que uma coisa me deixou muito feliz e de verdade satisfeita: a família. Com a família francesa aprendi muito da cultura e do jeitão francês de viver, percebi como eles tem se preparado para a tao temida crise, que de certa forma eles sentem que ainda vem. Por essa experiência valeu ter vindo antes e vivido o Cavilam, uma experiência única de aprendizado de uma língua.
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Minha ultima turma quase completa :) |